Depois de sair de El Chaltén,
partimos para o norte pela famosa Ruta 40 argentina, rodovia que corta o país
de norte a sul sempre próxima a Cordilheira dos Andes (faltaram as fotos no post anterior).
De El Chaltén até nosso
destino, a cidadezinha de Chile Chico, que fica às margens do Lago General
Carrera, 5km após o Paso Rio Jeinimeni foram 650km, sendo 130 de rípio e outros tantos em asfalto recém feito, na Ruta 40.
Chile Chico é uma cidade
estranhíssima. Depois de muito procurar conseguimos encontrar vaga em um hotel
bem simples, mas com donos muito simpáticos e prestativos. O engraçado é que
tiveram que chamá-los, porque não estavam no hotel no momento e ninguém além
deles poderia nos atender. Depois de deixar a bagagem fomos para um barzinho, e
a mulher que nos atendeu pediu para que esperássemos um pouco porque o filho
dela, que era o dono do bar, não estava no local, mas que vinha em
seguida....heheh....enfim...no mínimo engraçado. Acabamos indo para outro bar,
tomamos a tradicional cerveja artesanal local, e comemos uma pichanga...
hahaha (picadinho de carne, pepino, batata frita etc..)
A ideia de pernoitar em Chile
Chico era estar prontos para no outro dia facilitar os trabalhos pela manhã:
alcançar a estrada cordilllerana
lendária do lado chileno, a Ruta 7, ou como é mais famosa...simplesmente
Carretera Austral.
A estrada começou a ser
construída nos anos 70 pelo governo Pinochet, com o intuito da integração
nacional (algo como a nossa Transamazônica, com a diferença que no Chile deu
certo). São 1250km de Puerto Montt a
Villa O’Higgins, dos quais percorremos 750, de Cochrane a Futaleufú, caminho
onde não seria necessário tomar nenhum transbordador.
De Chile Chico até a Ruta 7,
são 100km em uma estrada de rípio por precipícios às margens do lago General
Carrera, que vai mudando o tom do azul a cada desfiladeiro.
No encontro da estrada
auxiliar com a Carretera Austral, tomamos rumo norte, próximo ao deságue do
Lago General Carrera e sua bela ponte. O lugar valeu uma parada de quase uma
hora, com a mistura de cores inacreditáveis do lago, com os rios que seguem e
outros que deságuam ali perto. Um espetáculo.
Seguindo pela Carretera, a
cada minuto passávamos por um rio com cor diferente e cada vez mais bonito. Pra
ajudar, o lago que seguíamos costeando, dessa vez pelo outro lado, ia ficando
cada vez num tom azul mais claro: chegávamos às Capillas de Mármol, principal
atração da região.
As Capillas são formadas pela erosão causada pelas águas do lago. Por
serem de mármore, como o próprio nome diz,
dão à água um tom de azul impressionante. Elas podem ser visitadas utilizando-se
pequenas embarcações. O passeio leva em torno de 1h, que passa voando diante de
tanta beleza. Em alguns lugares é possível entrar nas fendas e apreciar as formações de um
ângulo privilegiado.
Coisa mais linda desse mundo!!!
Coisa mais linda desse mundo!!!
Saindo das Capillas, parada para almoço e abastecimento em Puerto Tranquilo, e seguimos estrada rumo a Coyhaique, principal cidade da região e nosso destino para o pernoite. A partir de Cerro Castillo a estrada ganha pavimento, segue por um vale cercada de bosques, e as placas avisam: cuidado com os huemuls (espécie de cervo em extinção). E não é que vimos um deles parado na beira da estrada louco pra pular pra dentro? heheh Muito legal...
Na nossa humilde opinião, esse
trecho é mais bonito que a famosa Big Sur, estrada que costeia o Pacífico e que
percorremos na Califórnia, no ano passado.
Só não contávamos com uma
indiada...
Tudo começou bem, já que
esperávamos só 50km asfaltados...e mais de 150km já estão prontinhos, desde
Coyhaique até a entrada sul do Parque Queulat. E aí começou o problema: toda a
Carretera Austral deverá estar asfaltada nos próximos 3 anos. Então...são
muuuuitos trechos em obra no caminho. No meio do parque, tivemos que parar por
4 horas esperando os trabalhos com explosivos em um trecho, a 10km do
Ventisquero.
Com o roteiro atrasado, só nos
liberaram às 17:00h para seguir. Chegamos ao mirante da cachoeira...e só o que
vimos foi neblina. Triste...mas faz parte quando se depende da natureza.
Sem ter o que fazer por lá,
seguimos até o nosso destino de pernoite, que deveria ser em Futaleufú, na
divisa com a Argentina. Como o asfalto terminava na saída da Carretera para a
fronteira e a noite chegou...optamos por parar antes, já que dirigir por uma
estrada secundária, de terra e cheia de animais soltos no meio da Cordilheira
não é necessariamente um programa recomendado...
Assim, ficamos numa hospedagem
familiar na beira da estrada, em uma pequena vila para seguir viagem na manhã seguinte rumo à Bariloche, nosso próximo destino.
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