domingo, 15 de março de 2015

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De Passo Fundo a Salta-ARG

Enquanto a próxima viagem não chega, vamos contando aqui um pouco das nossas andanças passadas. 

O roteiro sobre o qual vamos escrever dessa vez é mais curto, quase um bate-volta, que fizemos em 2009.

Como eu (Tiago) só tinha 15 dias de férias, traçamos uma rota pelo norte argentino, cruzando para o Chile até San Pedro de Atacama, e voltando pelo Paraguay. 5.000km pelas paisagens desérticas e lugares pouco explorados na América do Sul.
O veículo utilizado foi um Corolla. Apesar de ser guerreiro, um carro baixo limita (um pouco) as aventuras off-road ou por estradas secundárias. Mesmo assim encaramos algumas delas. Devagar se vai ao longe...

Aos fatos...

No dia 05/09/2009 (sábado), saímos cedinho de Passo Fundo-RS, onde morávamos na época, com destino a Corrientes, na Argentina, a 750km de distância.

O caminho é pela BR-285 até São Borja. Depois da Ponte Internacional, rumo ao norte pela Ruta 14 e depois para o Oeste, via Ruta 12, paralela ao Rio Paraná e à fronteira com o Paraguay.

Na programação, Corrientes era só uma cidade de passagem. Chegamos lá no fim da tarde... a tempo de dar uma caminhada pelo calçadão da Calle Junin, no centro, que ficava a meia quadra do nosso hotel. Por coincidência, era noite de jogo: Argentina x Brasil jogavam pelas Eliminatórias da Copa de 2010 em Rosário. O Brasil passou o trator na Argentina, ganhando por 3x1, com show do Kaká e do Luis Fabiano. Obviamente...a comemoração não foi tão entusiasmada na rua...já que ainda temos juízo :) .

Na manhã seguinte, tomamos o rumo de Salta. Mais 830km de retas que parecem infinitas pela Ruta 16, com a mesma paisagem do início ao fim do trajeto: tudo plano e uma vegetação quase seca em ambos os lados na estrada. É a vegetação do Chaco Argentino.

Essa paisagem só muda pertinho de Salta, quando a Ruta 9 se aproxima. De lá, já se avistam os primeiros montes da Cordilheira dos Andes.

Chegando a Salta, fomos às Informações Turísticas para tirar algumas dúvidas e depois para o Hotel Ghala (3*). Nosso plano era passar 3 noites por lá. A cidade de Salta é legal demais, e justifica o apelido de "La Linda". Ela fica num vale fértil entre as montanhas da Cordilheira, e rodeada de bons atrativos. 

Pela limitação de tempo, optamos por conhecer o roteiro Sul. Saímos ao amanhecer, carregando todas as malas no carro, pois não sabíamos se conseguiríamos voltar a Salta até a noite. No fim das contas, esticamos o horário da viagem e chegamos de volta às 22:00h.

O roteiro:
Valle Encantado (Cuesta del Obispo), a cidadezinha histórica de Cachi, Quebrada de Las Flechas, Cafayate e a Quebrada de Las Conchas, até voltar a Salta.
Até Cafayate, são 300km de estrada, sem pavimento (toda em rípio), com boa parte do caminho pela famosa Ruta 40, em meio às paisagens pra lá de esquisitas da Quebrada de las Flechas. De Cafayate até Salta, asfalto.

No dia seguinte, aproveitamos para caminhar e passear pela cidade, conhecer o centrinho, as belas igrejas (Catedral e San Francisco) e o Parque San Martin. Além, é claro, de degustar uma gelada local porque ninguém é de ferro.

Tem muito mais coisas para fazer na cidade...e até por isso retornamos lá 2 anos depois (mas isso é assunto para uma próxima oportunidade). Dessa vez, partimos ao Chile, depois de 3 dias conhecendo tudo que deu tempo.. heheh. 


Ponte sobre o Rio Paraná, entre Corrientes e Resistencia

Prédios históricos na Plaza 9 de Julio, em Salta

Cabildo de Salta

Vista da cidade a partir do Parque San Martin

Iglesia de San Francisco

Catedral de Salta

Detalhe da Catedral

Curvas incontáveis do Valle Encantado - Cuesta del Obispo




Capela lá no alto 

Altiplanos do Parque Los Cardones













Ruazinhas de Cachi












Estranhas formações

Ruta 40 - Caminho de Cachi a Cafayate...várias surpresas

250 anos no meio do nada

Uma formação mais estranha que a outra

Tricolor pelo mundo

Corollão guerreiro na Ruta 40 - Quebrada de Las Flechas

Quebrada de Las Flechas

Corte El Cañon - Quebrada de Las Flechas

Quebrada de Las Flechas

Cafayate

Entardecer na Quebrada de Las Conchas


Próximo post: De Salta a San Pedro de Atacama, pelo Paso de Jama



3 comentários :

  1. Prezados Viajantes

    Parabéns pelo site e pelas fotos. Muito informativo.

    Em Agosto deste ano estarei em Salta e pretendo fazer o circuito Salta-Cachi-Cafayate.
    Minha idea é fazer o circuito em carro alugado em dois dias. No primeiro, de Salta a Cafayate e no segundo de Cafayate a Salta (ver Quilmes, etc). Inclusive já reservei hotel em Cafayate, etc.

    Estou preocupado com as condições das estradas, principalmente a ROTA 40 entre Cachy e Cafayate e então gostaria de saber se vocês podem me ajudar com as seguintes dúvidas:

    1) É possível fazer os circuitos em carro simples, econômico,tipo Corsa,Clio,Gol 1.0? Pergunto isto porque o preço do aluguel de um 4X4 é altíssimo.
    2) Existe risco do carro atolar em algum lugar?
    3) Existe perigo de assalto na estrada?
    4) Em suma, quais são os riscos? Que conselhos me dariam?

    A minha impressão é que dirigindo devagar é possível fazer o circuito sem susto, inclusive o de Cachy-Cafayate pela Ruta 40, mas como nunca estive lá, acho melhor me precaver.

    Agradeceria muito qualquer ajuda.

    Marcos Silveira

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  2. Olá Marcos

    2 dias é um bom tempo pra fazer esse trajeto. Fizemos em um dia, mas acabamos perdendo parte do final do trajeto por já estar escurecendo.

    Vou responder pergunta por pergunta, então:
    1 - É possível sim, com paciência. O maior dificultador da Ruta 40 é a quantidade de curvas e trechos estreitos...A conservação do trajeto é muito boa. Um carro pequeno vai levar algumas pedradinhas na parte inferior, mas nada que comprometa segurança ou trafegabilidade.

    2 - Risco Zero de atolar. O trecho é um deserto seco, sem atoladouros. Quanto a atolar nas pedras, também nao precisa ter medo...vá tranquilo.

    3 - A Argentina, de modo geral, é bem mais segura que o Brasil. Essa região é turística, mas não tem muito trânsito, já que é bem isolada. O ideal é "não dar bobeira", deixando o carro aberto quando sair de perto e coisas assim. Enfim, tomando os mesmos cuidados que você tomaria pra andar pelo interior do BR, você estará protegido. Não nos sentimos inseguros em nenhum momento...

    4 - Os riscos: Mantenha os pneus bem calibrados, inclusive o estepe, e vá devagar nos trechos de rípio (bastante pedrinhas soltas). Sempre levamos uma bomba manual para encher os pneus numa emergência. Até pelo pouco movimento na estrada, não é legal ficar empenhado por lá.
    Nesse post (http://dcarropelomundo.blogspot.com.br/2014/12/na-ida-buenos-aires-foi-so-um-ponto-de.html) deixei algumas dicas no final sobre o que é necessário para rodar pela Argentina.
    E o ideal é estar sempre com mais de meio tanque de gasolina...já que toda hora falta Nafta nos postos por lá.

    Espero ter ajudado...e me coloco à disposição se tiver mais dúvidas.

    Abraço

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  3. Olá Thiago

    Muito obrigado pela grande ajuda
    Aumentou minha coragem para fazer a viagem pela Ruta 40.

    Abraços

    Marcos Silveira

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