sexta-feira, 19 de junho de 2015

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Cusco, a capital dos Incas

Saímos de Puno à tarde, após o almoço. De lá até Cusco, o caminho é longo: São 340km, feitos em 6 horas e meia de viagem, boa parte feita por estradas em obras.

A primeira metade do caminho é feita no Altiplano Peruano, em altitudes como essa abaixo, na foto do nosso GPS: 4.342 metros sobre o nível do mar, na divisa entre as províncias de Puno e Cusco.



Nas alturas, literalmente

A partir dessa divisa, o trajeto vira descida e acompanha o (belo) vale do Rio Vilcanota. São quase 200km acompanhando o rio, que corre manso entre as montanhas e cruzando por várias cidades e vilarejos, que sobrevivem ali graças à fertilidade das terras do vale.

Chegamos a Cusco no anoitecer, sem hotel reservado e nenhum passeio comprado. Nossa ideia era passar pelo menos 4 noites na cidade, plano esse que foi seguido.

Confesso que não foi o plano perfeito deixar para procurar hotel só na chegada. Acabamos girando por ruazinhas estreitas do Centro Colonial (entrando até na contramão), batendo de porta em porta e tudo estava lotado. Acabamos achando uma hosteria próxima ao centro por um preço justo. E por lá ficamos. O carro ficou na garagem, já que o táxi era baratinho e o trânsito não era o que se pudesse chamar de organizado.

Quem vai a Cusco geralmente tem como principal objetivo conhecer Machu Picchu. O Sítio Arqueológico mais famoso da América do Sul.

Cusco é o ponto de partida para esse incrível destino, mas quem chega a cidade é envolvido por muita, mas muita história e não tem como não se deliciar com ruelas centenárias, a arquitetura colonial, as lhamas que passeiam acompanhadas de seus donos, aguardando os turistas para tirar uma foto. As lojinhas com imensa variedade de souvenirs e produtos confeccionados com a lã das Alpacas e lhamas. Mas prepare-se para gastar seu “dindin”, pois tudo é cobrado, inclusive para conhecer o interior das igrejas é preciso pagar.

Falando em pagar, a parte mais salgada da viagem veio aqui: comprar as passagens de trem para Machu Picchu. Descreveremos com maiores detalhes no próximo post, mas a dica é: no seu primeiro dia em Cusco, corra para comprar as passagens se ainda não tive-las em mãos. A procura é enorme.

Plaza de Armas com a Catedral de Santo Domingo à esquerda e a Igreja da Companhia de Jesus à direita

Igreja da Companhia de Jesus

Catedral de Santo Domingo


Plaza de Armas com a Igreja da Companhia de Jesus


Entre as estreitas ruas de pedra, crianças buscam os turistas para "sacar una foto"


Cusco foi declarada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco e é mais uma cidade nas alturas: está a 3399 metros acima do nível do mar. Caminhando pelos becos e ruelas rodeados de pedras gigantescas, encaixadas como quebra-cabeças, entendemos um pouco da arquitetura  e da história do lugar: casarões coloniais de estilo barroco andino erguidos sobre as antigas construções incas.

Dois períodos da história contados através das pedras:


Rua Hatum Rumiyoc




Igreja San Blas. Localizada no bairro de mesmo nome, a mais antiga de Cusco, construída em 1563.





A estação seca vai de abril a outubro, e essa é a melhor época para se visitar a região. No dia 24 de junho é o ponto alto do calendário local,  pois nessa data ocorre o Festival do Sol.

Nas proximidades de Cusco existem vários sítios arqueológicos e museus. Se a intenção é conhecer tudo, vale muito a pena adquirir um passe turístico, pois os passeios, se pagos individualmente se tornam caros. As ruínas da fortaleza de Sacsayhuaman ficam ao lado (e no alto) da cidade e são as mais imponentes.

Ruínas do Sítio Arqueológico de Sacsayhuaman

Pedras montadas como um quebra-cabeça





Acredita-se que este sítio tenha sido contruído com propósitos militares para defender-se de tribos invasoras que ameaçavam o império Inca. Hoje se consegue visitar somente 20% do sítio original, pois o restante foi destruído pelos espanhóis para a construção de igrejas e casas na época colonial. O que restou encanta, com os paredões de pedras gigantescas encaixadas de forma que não se consiga passar a lâmina de uma faca entre uma pedra e outra. Leva a pensar como os incas conseguiram a façanha de cortar, encaixar e transportar com tamanha precisão. De lá ainda pode-se ter uma vista incrível da cidade.

Vista da cidade a partir de Sacsayhuaman

Vista da cidade a partir de Sacsayhuaman


A cidade tem boa estrutura, tanto hoteleira quanto de restaurantes, pois o turismo é a base da economia local. Todos os restaurantes servem as comidas típicas, e é imprescindível provar o Ceviche (a base de peixe) e o Pisco Sour ( bebida que tem sua origem disputada com os chilenos) que são muito tradicionais.

Se precisar de câmbio, vários locais nas redondezas da Plaza de Armas trocam reais e dólares pelo Nuevo Sol, moeda local.

E claro, a cerveja local - Cusqueña




Aqui descrevemos e mostramos boa parte do centro histórico e colonial de Cusco. No próximo post, Machu Pichu e o Vale Sagrado dos Incas, pra onde pegamos o trem.


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