terça-feira, 30 de junho de 2015

  • Compartilhar

Machu Picchu - A Cidade Perdida dos Incas


Da base, Cusco, para finalmente chegar ao nosso destino mais longínquo nessa viagem: a montanha sagrada Machu Picchu. 

Compramos  as passagens de trem com dois dias de antecedência (e quase ficamos sem). Recomendamos que seja comprada com uma antecedência maior, pois hoje existe uma limitação de 2.500 visitantes por dia na montanha, e consequentemente, nas passagens.

A compra pode ser feita pelo site www.perurail.com. São 3 os tipos de trens que fazem o trajeto: os "econômicos" Expedition e Vistadome e o ultra-mega-hiper luxuoso Hiran Bingham, famoso mundialmente e com preços por volta de 4x maiores que os outros trens. Obviamente, fomos no "baratinho", pagando US$ 150,00 por pessoa.

Uma dica é não comprar a passagem Cusco - Machu Picchu. Em turmas pequenas, você pode rachar um táxi até Ollantaytambo e tomar o trem a partir de lá.

O trem é o único meio de chegar a Águas Calientes, ou Machu Picchu Pueblo, o povoado ao pé da montanha. De lá é que partem os ônibus que sobem uma estrada sinuosa com destino à cidade perdida. Não existem estradas que liguem o povoado a Ollantaytambo. 

Pode parecer estranho, mas saindo de Cusco, a ferrovia é "morro abaixo": Cusco fica a 3.400m de altitude, Águas Calientes a 2.000m e Machu Picchu a 2.430m. A ferrovia acompanha o Vale Sagrado dos Incas e o Rio Urubamba.

Junto com as passagens de trem, garanta seu ingresso a montanha, no site ingressomachupicchu.com. Lembre-se sempre da limitação de visitantes/dia. A passagem e o ingresso devem ser adquiridos quase que simultaneamente.

Como mencionei na dica acima, optamos por ir de táxi até Ollantaytambo. Estávamos em 4 pessoas, e acabou ficando bem em conta. Reservamos o táxi diretamente com o hotel na noite anterior e antes de amanhecer ele já nos esperava lá na frente. Até a estação, dá mais ou menos 1:30h de estrada.

O trajeto de trem dura em torno de 1:30h e passa pelo Vale Sagrado dos Incas, com as famosas plantações dos milhos gigantes, (o milho é muito popular na cultura e culinária peruana).

Ao chegar em Águas Calientes compramos o bilhete para o transporte até o topo da montanha. O transporte é feito através de micro-ônibus e dura cerca de 20 min ziguezagueando morro acima. 


Chegada em Águas Calientes

Há algumas opções diferentes de passeios: Machu Picchu, Huayna Picchu (a montanha mais alta que aparece nas fotos tradicionais) e Montaña (que fica do lado oposto de Huayna Picchu). E pra quem quer (ou seria pode?) caminhar, pode optar pela Trilha Inca pra chegar à montanha. Esse é o trekking mais famoso da América do Sul, onde, após 45km de caminhada pelas montanhas e ruínas incas, você chega a Machu Picchu. É uma estrada antiga com pedras que atravessam as montanhas acima do rio Urubamba, quem o faz diz que vale a pena o esforço.

Chegamos a Machu Picchu por volta das 11:00h, e como eu ainda estava com dor no tornozelo (aquele pé torcido em La Paz dificultou minha vida) a caminhada escada acima e escada abaixo precisou de paciência. São muuuuuuitas escadas. 

É importante levar água, um lanche leve, protetor solar e labial, óculos de sol, um agasalho, pois lá em cima até tem estrutura, antes de entrar nas ruínas, mas tudo é muito caro. E como se passa várias horas caminhando é importante ter suprimentos para passar esse tempo. Outra coisa que não se pode esquecer é que por conta da altitude a gente cansa bem mais do que o normal. Mantenha-se hidratado...

Logo na entrada do parque vários guias se disponibilizam a te acompanhar no passeio. Isso pode ser contratado para ser feito em grupo ou individual com um custo razoável. Como estávamos com nosso Guia Visual Peru - Publifolha, bem completo e com explicações e imagens bem detalhadas, optamos por seguir por conta, sem auxilio de serviço de um guia contratado.

E prepare-se para caminhar muito, subir e descer inúmeros degraus e ter a sensação de que tanta beleza, mistério, história e cultura não cabem nos seus olhos!!!

Machu Picchu é uma cidadela inca que acredita-se ter sido erguida no século XV e abandonada após a chegada dos espanhóis. Ela ficou muitos anos quase que abandonada e encoberta pela vegetação, até o historiador americano Hiram Bingham a encontrar em 1911 (fomos exatamente no centenário da descoberta). Não que outros não tivessem passado por lá, mas esse americano entendeu a importância que aquilo tudo teria para a história.  Assim ela passou a ser conhecida e desde então se tenta  entender como foi construída desafiando as leis da física. Imagine construir uma cidade com pedras gigantescas, há 500 anos, no topo de uma montanha a 2400 metros de altitude, É indescritível a sensação de chegar lá...


Machu Picchu e Huayna Picchu ao fundo

Machu Picchu é cheia de enigmas e histórias, ainda hoje intriga quem estuda ou conhece o local. A UNESCO a descreve como “o legado tangível mais significativo da civilização inca”. É considerado  também o Sítio Arqueológico mais importante do mundo.


Fica evidente a perícia envolvida na construção das estruturas. Elas são feitas de blocos de pedra encaixados com precisão sem o uso de argamassa, como peças de um quebra-cabeça.

Não tem como não se envolver com a mística do local, e com a forte energia circulante que mexe quem sobe até lá. Geralmente as pessoas pedem o que você sentiu lá, e não o que você viu lá... 
Milhares de pessoas visitam o local, fazendo com que o governo peruano tenha limitado àqueles 2.500 visitantes/dia que citamos antes. Para evitar que o sítio se degrade devido ao excesso de visitantes.


 O Templo do Sol é a única construção semicircular de Machu Picchu. Construído sobre uma rocha
acredita-se que era um observatório de astronomia.
 Do Templo do Sol fazem parte as famosas janelas trapezoidais Ambas alinhadas com os pontos onde o sol nasce nos solstícios do verão e do inverno, que são os dias mais longo e mais curto do ano.


O legal é que cada um faz o passeio no seu ritmo e não tem limite algum que impeça de conhecer o lugar. Vimos muitos grupos de pessoas de mais idade subindo e descendo as escadarias sedentos por história, atentos aos seus guias, até jovens, crianças, casais, de todos os lugares, enfim, todo mundo pode e deve visitar.

Passeamos por lá durante 5 horas. O tempo passou muito rápido e não dava vontade de ir embora nunca. E o mais impressionante é entender que cada pedra tem um significado e está onde está para cumprir a sua função.


Terraços Agrícolas, escavados na encosta da montanha, serviam para produzir alimento.

Bairro comum, acredita-se que nele viviam os trabalhadores do reino.



Durante o passeio, pra variar, encontramos os motociclistas argentinos! Dessa vez, tivemos que tirar uma foto com eles. Haja coincidência...era a quarta vez que os encontrávamos em diferentes cidades!


Os Argentinos...heheh

No fim do dia, pegamos os ônibus pra descida, fizemos um lanche em Águas Calientes, e seguimos para o trem da volta.


A volta de trem é muito animada, tem desfile de roupas feitas com materiais da região, humor.



Vista do setor Real à esquerda e do Templo do Condor à direita, com o Bairro Comum atrás

Quem quiser informações mais detalhadas da Cidade, com mapa geral e explicações de cada setor clique aqui.

Passeio fantástico e inesquecível!!




Um comentário :

  1. Muito boa está matéria, Eu e meu marido estamos nos preparando para fazermos essa viagem muito breve!

    ResponderExcluir