sábado, 15 de agosto de 2015

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Voltando ao Chile: Arica e Parinacota

Depois de alguns dias sem movimentação no blog, voltamos à ativa, no relato da nossa viagem de 2011.

O trecho de hoje é a saída do Peru, cruzando a fronteira para o Chile entre Tacna-PER e Arica-CHI.

A região é o início do deserto de Atacama, e já foi palco da Guerra do Pacífico, entre 1879 e 1883. Na época, o que hoje é o norte do Chile pertencia ao Peru, e a Bolívia tinha saída para o mar, na região de Calama e Antofagasta. A disputa pelos abundantes recursos minerais da região acabou com a vitória chilena e o domínio da região, que até hoje é alvo de protestos bolivianos (pela saída soberana ao mar) e deixou marcas profundas nos países envolvidos.



Percorremos 410 quilômetros pela Ruta Panamericana, de Arequipa até a fronteira Peru-Chile. Tudo é muito seco, e o verde só existe nos vales formados pelas águas de degelo. Somente 2 paradas nesse caminho todo: barreira policial no vale de Chucarapi e barreira sanitária na Região de Moquegua. 


Vale Chucarapi

Na segunda parada, a pergunta dos oficiais era sobre frutas e alimentos (a região é livre de pragas). Como ele falava meio enrolado e a gente não sabia direito como proceder e as consequências da conversa, o diálogo final foi algo como:

(Oficial) - ¿Tienen frutas?
(Lais) - ¿Hola?
(Oficial) - Frutas, F r u t a s.
(Lais) - ¿Hola? ¿Hola?

E assim passamos, com uma maçã mordida e um pedaço de pão numa sacola térmica. E o diálogo acima virou #piadainterna pelo resto da viagem.

Na fronteira, o papo é diferente. Os chilenos são muuuuuito rígidos com essa questão, e aí já sabíamos que teríamos que declarar e descartar os alimentos. 


Nos despedindo do Peru e chegando ao Chile

Antes que conseguíssemos fazer isso, ao parar na fronteira, deu tempo só de abrir a porta do porta-malas e tirar uma das malas, para que um Golden Retriever viesse correndo de 30m de distância, pulasse a 1m de altura se esgueirando no espaço deixado por essa mala, e chegasse ao banco traseiro do carro com o focinho apontado para a sacola térmica, como nos desenhos animados.... Que tal o faro do bichinho?

O chileno que cuidava do cão farejador ficou todo sem jeito por ele ter pulado pra dentro do carro e pediu 1.001 desculpas. No fim, virou nosso amigo e começou contar histórias, que ajudaram a passar o tempo na fronteira (o processo todo da migração levou quase 2 horas).

Foi através de uma dessas histórias que descobrimos que os extremos norte e sul do Chile tem características específicas de zonas francas, onde é possível importar inclusive carros usados. O carro do oficial era uma modesta Hummer americana!! O detalhe é que ele pagou menos pela Hummer que nós pagamos pela Pajerinho...mas tudo bem.

Como demorou, acabamos entrando em Arica já a noite, e era nítida a diferença de estrutura entre os 2 países: tudo muito limpo, iluminado, estruturado e sinalizado. 

O Tiago estava mal do estômago/fígado desde Arequipa e chegou a Arica bem ruinzinho. Nem conseguimos andar pela cidade à noite e tratamos de conseguir no próprio hotel algum tipo de chá ou medicação que pudesse ajudar.

A parada em Arica, pelo nosso roteiro, também era só um ponto de partida para o dia seguinte, quando partimos para o vulcão mais bonito da América do Sul na nossa opinião: O Parinacota, na fronteira com a Bolívia, no alto dos Andes.

O vulcão fica a 150km de Arica, no Parque Nacional Lauca e é visita obrigatória pra quem passa pela região. Não tem muito o que dizer a respeito. Basta olhar as fotos do lugar pra babar um pouco...


Putre

Mirador de Putre

Ruta 11 às margens do Lago Chungará


Vulcão Parinacota à frente e Pomerape à esquerda




















Flamingos
        

No fim do dia, morro abaixo de volta até Arica, onde aproveitamos para uma passeadinha a pé pelo centrinho e a bela orla. É um lugar que esperamos retornar com mais tempo numa próxima viagem. A cidade é muito simpática e cheia de história.

No pôr do sol, partimos para Iquique, nossa próxima parada e tema do próximo post...


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